segunda-feira, setembro 12, 2005

A volta do filho pródigo

(Leia-se também: guia para minhas principais chatices)

De vez em quando alguém me pergunta se não uso tal tecnologia para comunicar através da internet.
- Qual teu messenger?
- Me adiciona no Orkut?
- Lê meu blog(ui)?
Talvez você ache estranho alguém trabalhar com tecnologia de informação e não estar ligado (pela nuca como em matrix) na novidade da hora.
- Como você não tem?
- É! Parece que estou por fora. Mas você pode me mandar email, o meu email é...
Bem, tenho que confessar que /me não teve vontade de entrar nesse onda por muito tempo. Primeiro foi o celular. Sim, desde o mototijolão (199x) que meus amigos tem celular. E eu apenas a um ano comprei um modelo chinfrin. Sim, e já faz alguns anos que meus amigos que se namoraram por internet estão casados.
Depois veio o msn E agora o meu primeiro post(e) no meu próprio blog(ui). Ah! Mas o blog foi por acaso já que eu precisava ter um nick para postar um comentário no blog do lclaudio (ex-nescau). Daí deu vontade. Acho que não sou mais o mesmo.
E aposto que você não consegui ler até aqui. Talvez muito texto para seus olhos ávidos por outra informação. Insatisfeitos pela enrolação infindável de um sujeito pedante. Bem se você responder qualquer coisa do meu blog saberei.
Mas brincadeiras ácidas a parte, tudo isso tem um motivo. E acho que este motivo é um tanto quanto significativo.
Na verdade são dois motivos:
  • Medo do vício da escravidão virtual.
  • Espectativa de uma comunicação menos vulgar.
Para você entender o que isso significa, você precisa conhecer um pouco das minhas características e do meu passado internauta.
  • Veja algumas das coisas que eu prezo e do que não valorizo:
    1. Não gosto de vulgaridade. Não que eu seja refinado ou requintado, creio que não, pois acho importantes as coisas simples, virtudes e relações sinceras. Talvez refinamento fosse outra forma de vulgaridade. Mas não me atrae a "cultura de massa" onde tudo que é feito tem um valor limitado e precário.
    2. Procuro não propagar o que não concordo. De certa forma é uma defesa contra frustração. Mas isso reflete-se por exemplo na radicalidade de não adotar novas tecnologias. Isso também é chamado "ser do contra".
    3. Gosto de coisas originais. Isso é um defeito do meu pai. Sempre tem que ter uma brincadeira diferente. As coisas não podem ser produzidas em manada, sem ter sido pensada. Não dá para ser papagaio de pirata, repetindo tudo...
  • Meu histórico com a internet:
    Comecei a navegar e comunicar na internet na universidade, quando as tecnologias eram bem diferentes do que são hoje. Perdi muitas tardes no laboratório fuçando a internet. Perdi muito tempo "conversando" nos canais de IRC. Se me perguntar hoje, com quem conversei, o que conversei. Só lembro de:
    > oi!
    > de onde vc tc?

Eu era um ansioso carente que queria conversar com 522 pessoas ao mesmo tempo repetindo as duas frases acima. Inclusive engolindo as letras, pontuação, maiúsculas, digitação e sentido das frases que fazia. (viu como tudo tá corretamente digitado agora, isso é mais um sintoma). E até hoje algumas conversas continuam tão vazias quanto naquela época. Ou seja, tudo isso não mudou nada a minha vida. Não melhorou nada. Foi correr atrás do vento.
Além disso tenho o problema de ser hipnotizado pelo computador. Eu simplesmente não tenho noção de tempo. Até hoje (já é uma) tenho problema sério com isso. (Se quiserem saber por que assistam o filme "Sociedade dos poetas mortos").
Por isso eu evitava entrar na onda. Não queria ser apenas "outro tijolo no muro". Para mim isso parece uma preocupação existencial significante. Tem a ver com "quem eu sou".
Já a um tempo tenho conversado com J.C. a respeito disso. E ele tem dado o significado que eu sabia que não acharia correndo atrás de relacionamentos superficiais na .net. É correr atrás do vento...
Bem se você conseguiu ler até aqui. Você ganhou uma massagem para aliviar a tensão e o tédio de ler este post. Pode me cobrar.
E agora você sabe um bom pouco sobre meu lado cri-cri.

7 comentários:

lclaudio disse...

Um nerd confesso, diria eu :)

Não consigo imaginar formas melhores de inaugurar um blog. Aliás, blog é coisa de nerd e de amigo de nerds (meu caso) :)))

Welcome to the Matrix. May we bring the good news of salvation here :)

Anônimo disse...

RACANAGAZUUUBIA!!!!!

Anônimo disse...

Inacreditável, o Juarex blogando!!!

Welcome to the real world... lol


Abração!
Beethoven
(o suspeito nº1 de crimes contra o pensamento voluntário e os inocentes por ele engabelados - HAHAHAHAHAHAHA)

Anônimo disse...

Tô contigo meu irmão na Fé,
apesar de achar que é bom saber como fazer.
É mais ou menos como o trangênico, temos que conhecer a tecnologia, porém não viver em função dela ou dependentes dela.
E fique sabendo que eu li tudinho!

Juarez Rudsatz disse...

Vou pedir para a talita fazer uma massagem em você então.
Você tá precisando. Tá muito estressadinho... :-)

Anônimo disse...

Grande Juarez... legal esse depoimento... tenho amigos na midia e acredito q a capa da gazeta do povo esta quase pronta... =]

O JC q vc mencionou é o Joca??
Abração
Claudio Notionless

Anônimo disse...

Acho q esse é o primeiro comentário de quem não te conhece...

Não acho o texto de alguem cri-cri, mas os comentarios de alguem sensato.

De todos os pontos comentados em seu texto... Concordo com a afirmação, que antes de se postar algo, este deveria ter um conteúdo no minimo significativo, pois a quantidade de lixo na internet é simplesmente aterradora.

Quanto a tecnologia... Acho que o indivíduo deveria se envolver de acordo com a necessidade. Não adianta nada se encher de endereços virtuais e não "tomar conta" deles, para mim é o mesmo que se propor a querer publicar um jornal diário, mas apenas atualiza-lo quando se tem vontade e mesmo assim veicula-lo todo dia. Não faz sentido!

Emmanuelle Vargas